vPara os que não gostam de vinho…que Deus lhe tire a água.
vO vinho, dinheiro e a bravura para sempre não dura.
vMulher bonita e vinho bom são os primeiros que te abandonam.
vPipa que canta é vazia.
vCada vinho faz a alegria se bebido em companhia.
vDo vinho e da mulher salva-se quem puder.
vO vinho e a mulher fazem a alegria do homem.
vO vinho e a mulher fazem o homem perder o juízo.
vMulher nova, vinho velho.
vFoge do mau vizinho e do excesso de vinho.
vMulher casada parreira vindimada.
vNa água vês o teu rosto, no vinho o coração dos outros.
vNão se come sem beber vinho, nem assinar sem ter lido.
vNenhuma Nação é alcoólatra onde o vinho é barato.
vNinguém se embebeda com o vinho de sua adega.
vO homem faz o vinho e o vinho refaz o homem.
vO vinho alegra o olho, limpa o dente e cura o ventre.
vO vinho e as crianças falam a verdade.
vO vinho faz bem ao homem, quando são as mulheres que o bebem.
vO vinho tem de ser comido e não bebido.
vQuando vinho desce as palavras sobem.
vQuem não gosta de vinho não gosta de Deus.
vQuem planta vinhas em mau lugar carrega a vindima nas costas.
vTrês coisas mudam o homem: a mulher, o estudo e o vinho.
vA água faz bem, mas só daquela que o vinho contém.
vAlegrai-vos tropas que aí vai o vinho.
vAntes da sopa molha-se a boca.
vAo teu amigo e vizinho o melhor pão e o melhor vinho.
vCada pipa cheira o vinho que tem.
vBeba vinho e deixe a água ao moinho.
v" O vinho molha e tempera os espíritos e acalma as preocupações da mente…ele reaviva nossas alegrias e é o óleo para a chama da vida que se apaga. Se você bebe moderadamente em pequenos goles de cada vez, o vinho gotejará em seus pulmões como o mais doce orvalho. " Sócrates
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:04:26Provérbios Sobre o Vinho
Já tive diversas provas de que até a opinião dos mais entendidos em vinho é induzida por fatores como procedência, preço e indicação de pessoas influentes. Não por acaso, um incontável número de críticos sai acabrunhado de degustações às cegas por preterir grandes rótulos em nome de vinhos bem menos prestigiados. Tudo isso pra dizer que o vinho sobre o qual vou comentar, se ocultada a sua origem, causaria certo alvoroço. Às claras, a percepção sobre ele poderia não ser a mesma, por puro preconceito.
Pedindo por isenção, começo o texto sobre o brasileiro DMD Cabernet Sauvignon 2005, que carrega no rótulo o sobrenome de Irineo Dall’Agnol. Ele, gerente do laboratório de inovação enológica da Embrapa Uva e Vinho, e o enólogo uruguaio Alejando Cardozo estão à frente da reputada marca de espumantes Estrelas do Brasil. As borbulhas são sua real vocação e especialidade, e somente para safras especiais de tintos emprestam seu talento, como no caso de 2005.
No auge da maturação, os galhos que sustentam os cachos de uva são cortados, provocando uma forte desidratação dos bagos e a consequente concentração dos teores de açúcares, ácidos, sais e extratos. Esse processo se dá no próprio vinhedo e dura uma semana. O sucesso da experiência depende de sol e clima seco. Daí o nome DMD (Dupla Maturação Direcionada). No caso do Amarone, um clássico em se tratando de vinho à base de uvas passificadas, esse ressecamento acontece em ambiente fechado, controlado, e por meses. Vale ressaltar que as uvas são outras, que este DMD não passa por carvalho e que sua graduação alcóolica fica nos 13,5%, diferentemente dos Amarones italianos, que costumam partir dos 14% e têm o estágio em madeira como obrigatório. Portanto, nada de comparações injustas!
Para os entusiastas do vinho, o método inovador aplicado a este Cabernet Sauvignon por si só valeria a ida a Flores da Cunha, um distrito de Bento Gonçalves distante 140 km de Porto Alegre. A isso soma-se o lugar paradisíaco onde está sediado o show room de Estrelas do Brasil e a aula grátis sobre vitivinicultura, mercado e turismo dada pelo simpático Irineo.
Já de saída, e bastante entusiasmada com os três espumantes que havia provado, eis que Irineo menciona um produto seu que “lembra o Amarone”, disse ele, justo o meu vinho preferido. Na falta de uma garrafa resfriada, serviu a que tinha, na temperatura ambiente dos janeiros escaldantes, mesmo na Serra Gaúcha. O álcool saltou no nariz, mas não ao ponto de se sobrepor às potencialidades do vinho, motivo por que levei duas garrafas. Fui aconselhada a decantá-lo por pelo menos 10 horas, e tomar um gole a cada duas horas, para notar sua complexidade e mutações ao longo desse período.
Em casa, eu, que não sou boba, segui as instruções do enólogo. No nariz, o vinho me lembrou couro mesclado a um balsâmico sutil, sem nada de fruta. Cheirinho de italianos maduros, mal simplificando a coisa. Uns 20 minutos depois, uma distante geleia de morango visitou minha taça.
Aromas vinham, desapareciam, e essa inconstância me deixava confusa e insegura quanto à análise que pretendia fazer.
Mais adiante, notas delicadas e distantes de frutas secas. Não reconheci nada de Cabernet Sauvignon nele, talvez porque o processo de passificação tenha dado um novo caráter ao vinho. O DMD é persistente e devolve ao final do gole um leve amargor, como vindo de um tostado, apesar de não ter passagem por madeira. Pode?
A presença do álcool no nariz não foi embora mesmo com as 10 horas de decantação, e se intensificou no paladar com o risoto de funghi, bacon e calabresa com o qual harmonizei o DMD. Talvez por causa do sal de todos esses ingredientes juntos, somado ao do parmesão da finalização. Sal e taninos se odeiam! E confesso que, louca por pimenta que sou, talvez tenha exagerado. E aí, a boca pega fogo mesmo!
Resumindo, um Cabernet de corpo médio, elegante, que me lembra mais um Ripasso que um Amarone, e com uma acidez que o mantém em grande forma mesmo aos NOVE anos de idade! E por um valor de Casillero del Diablo no Pão de Açúcar!
Débora Portela . 19 de janeiro de 2016
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:04:26Meu brasileiro preferido
A videira é anterior ao surgimento do homem (Santos,1983). O provável centro de origem paleontológico da videira é a Groenlândia. Lá encontram-se os fósseis mais antigos de plantas ancestrais da videira. Há 300 mil anos, durante a Era Cenozóica, no Período Terciário, surgiu a primeira espécie da videira. No final do Período Quaternário, devido à grande glaciação, esta extinguiu-se naquele local.
A partir da Groenlândia, as espécies ancestrais disseminaram-se para novas áreas e foram diferenciando-se em novas espécies. Hoje, considera-se a existência de três centros de origem da videira:
Eurásia: compreende a região do Cáucaso, entre a Armênia e a Pérsia. Daí difundiu-se pela Mesopotâmia antiga, Oriente Médio e costas do Mediterrâneo. É o centro do qual deriva a espécie mais cultivada no mundo, a Vitis Vinífera que se destaca pela qualidade de seus frutos e pela fineza dos seus vinhos. Na Grécia o início da viticultura é atestado por fósseis de bagas de uva do final da Era do Neolítico (3500-3000 a.C.), porém o uso do vinho neste local se deu muito mais tarde, cerca de 2000 a.C.
Ásia: nesta região que incluem Sibéria, China, Japão, Java e Coréia ocorrem 15 espécies de videiras, em geral pouco conhecidas e raramente utilizadas.
América: ocorrem cerca de 30 espécies de Vitis espontaneamente desde o Canadá até a América Central. Este centro é de grande importância pela sua riqueza de espécies e pela utilização das mesmas tanto para a produção de uvas e derivados, como para fornecer genes para o melhoramento genético.
A Vitis labrusca (Isabel, Concord) é a espécie mais cultivada no Rio Grande do Sul e se destaca pelo aroma “foxado” característico e pela obtenção de suco de uva de qualidade superior.
A dispersão da videira a.C. deu-se pelos etruscos, barbáros e fenícios. No período romano o interesse pela videira e sua cultura acentuou-se cada vez mais, e com isso se aperfeiçoaram as técnicas vitivinícolas. Graças ao Império Romano a vinha pode se difundir por todos os territórios conquistados, indo desde Portugal, França, Alemanha, Inglaterra até parte do norte da África.
No período medieval abateu-se uma forte crise política e socio-econômica, a qual afetou fortemente a agricultura em geral, especialmente a viticultura. Devido a grande importância que a videira e o vinho representavam para a religião cristã, onde era indispensável a presença do vinho na celebração da Santa Missa, despertou particular atenção do Clero e principalmente dos Mosteiros no cultivo da videira, tornando-os verdadeiros centros vitícolas.
No final da Idade Média, com o início das navegações, iniciou uma nova fase de expansão da viticultura. Cristóvão Colombo, em 1493 na sua viagem que resultaria no descobrimento da América trouxe bacelos de videiras às Antilhas, que mais tarde chegariam ao México e ao Perú.
Os missionários na difusão do cristianismo levaram a videira praticamente a todos os pontos do continente americano.
No Brasil, a videira foi introduzida por Martim Afonso de Souza, em 1532, na Capitania de São Vicente (São Paulo). Em 1535 a videira foi introduzida na Bahia e Pernambuco. Em 1551, Brás Cubas produz o primeiro vinho em território brasileiro, no Planalto de Piratininga (São Paulo).
Em 1626 o jesuíta Roque Gonzáles de Santa Cruz, introduziu a videira no Rio Grande do Sul, quando da fundação da redução de São Nicolau. Uma nova introdução foi feita pelos açorianos e madeirenses em 1742. Em 1813, Manoel Macedo Brum produziu o primeiro vinho em solo Gaúcho, próximo a Rio Pardo.
Saint-Hilaire, em 1820, registrou presença de vinhedos na região de Porto Alegre. No ano de 1840 o Gaúcho José Marques Lisboa que se encontrava em Washington (E.U.A.), enviou os primeiros bacelos da cultivar Isabel ao comerciante Thomas Messiter em Rio Grande, onde estes foram plantados na Ilha dos Marinheiros e de lá a variedade se propagou em todo o Estado.
Com a chegada dos primeiros imigrantes italianos a Serra Gaúcha em 1875, trouxeram com eles bacelos de viníferas, os quais, não obtiveram sucesso no seu cultivo, devido ao ataque de doenças fúngicas. Não satisfeitos, foram até a região alemã de São Sebastião do Cai e substituíram suas Vitis vinifera pela Vitis labrusca (Isabel).
A partir de 1970, com a chegada de empresas multinacionais, houve um incremento significativo no plantio de videiras Vitis viniferas. Hoje a Serra Gaúcha é a maior região vitícola do país, com 30.373 hectares de vinhedos, sendo 80% da produção de uvas americanas (Vitis labrusca, Vitis bourquina) e híbridos, onde a Isabel é a cultivar de maior expressão. Segundo, dados da O.I.V. de 1999, a superfície mundial de vinhedos está em 7.864.000 hectares. Sendo, 68% na Europa; 20% na Ásia; 10% na América e 2% Oceânia.
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:04:26Origem Histórica e Dispersão da Videira
Um espumante Nature que, no nariz e na boca, lembra aqueles vinhos envelhecidos em barris e com leve toque de oxidação, tipo Jerez, alguns fortificados e brandies. Some-se a isso a austeridade dos espumantes “zero açúcar” e temos um vinho que pode ser definido como de difícil compreensão e que precisa de uma certa dose de boa vontade do bebedor.
O Estrelas do Brasil Nature 2007 foi feito pelo método tradicional e leva Chardonnay, Pinot Noir, Riesling Itálico e Viognier. A perlage exemplarmente pequenininha se debateu loucamente na taça por mais de 10 minutos em meio ao líquido tão dourado quanto o de cerveja pilsen. No nariz ainda mel, nozes e manteiga. Na boca é um escândalo de confuso! O General teria recuado não fosse minha insistência no conceito “experiência”. Um detalhe importante é que eu gosto do Jerez Fino, ele não!
Mousse gorda, cremosa; acidez na medida; vinho compriiiido… Admitindo minha pouca experiência, diria que este é um espumante no mínimo especial e que seguramente recomendaria a um amigo. Mas diria a esse amigo que não se deixasse levar pelo o que está lendo e que não reclamasse por não sentir nada do que eu senti.
É bom mencionar que o pai da criança, Irineo Dall’Agnol, discorda do meu jeito de ver seu vinho. A percepção é pessoal, o vinho não é consensual e ele sabe disso. Muito elegantemente, o enólogo opinou que o que eu entendi por “fortificado” e “oxidado” ele leu como “casca de laranja cozida”. Explicou ainda que o vinho tem aromas terciários em profusão, que são fruto dos 60 meses que maturou sobre as leveduras.
Eu sabia que não seria um espumante fácil e por isso arrisquei harmonizá-lo com algo pesado para um vinho do gênero: um risoto de camarão com tudo o que dele é de direito: um poderoso e verdadeiro caldo de peixe, manteiga, parmesão e páprica picante. Finalizei com manjericão e tomatinho cereja. E não é que ficou bom! O espumante tinha a estrutura e acidez necessárias para segurar a untuosidade do prato.
Para deixar os leitores do BK ainda mais tentados, o Anuário Vinhos do Brasil 2013 deu ao Nature 2007 Champenoise de Estrelas do Brasil a melhor nota (91) dentre as 554 amostras de vinhos nacionais enviadas por 85 vinícolas.
Essa joiazinha custa 80 reais, e quem quiser “experienciá-la” terá de ligar para o Irineo e pagar pelo frete. Ou ir à Bento Gonçalves e buscá-la das mãos do autor, como eu fiz.
Débora Portela . 19 de janeiro de 2016
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:04:26Brasil na Taça: Harmonizando com Estrelas do Brasil
Muito se tem dito, discutido e afirmado por técnicos, viticultores e cantineiros sobre qual o melhor sistema de condução da videira com o intuito de produzir uvas e vinho de qualidade. Discussão esta que deverá continuar por muito tempo.
O Brasil é um país relativamente novo e seu crescimento e desenvolvimento muito se deve em função da introdução de tecnologias advindas de outros países, que são criadas e adaptadas às condições de origem. Na vitivinicultura da Serra Gaúcha não é diferente, e ainda se caracteriza por ser uma atividade que despertou interesse somente nas últimas décadas, tendo todo um futuro para desvendar. Onde, dúvidas e questionamentos são frequentes no momento de iniciar um empreendimento na área.
A interação dos fatores clima, solo, videira e homem irão determinar e transmitir as características da uva e do vinho de uma região. Para uma melhor compreensão podemos subdividir o clima em três níveis: macroclima, mesoclima e microclima.
Há milhões de anos atrás o solo e a topografia determinaram o macroclima da Serra Gaúcha e este não temos como alterá-lo. Já o mesoclima varia em função de variáveis como: altitude, declividade, exposição solar, ventos, evaporação distância de lagos e rios e etc. Sendo a região composta de vales e montanhas, podemos afirmar que em cada vinhedo poderá ter um ou mais tipos de mesoclima em função da sua localização na propriedade vitícola. O microclima é o clima dentro ou próximo da vegetação da videira e este é altamente afetado e ou modificado pelas decisões culturais do viticultor como: espaçamento entre plantas e linhas, escolha do sistema de condução, tipo de porta-enxerto utilizado, dos níveis de adubação e de poda seca ou verde praticados, manejo do solo e do dossel vegetativo, controle de pragas e de doenças, enfim de todas as práticas agronômicas aplicadas antes, durante e após a instalação do vinhedo.
Antes de qualquer ação o viticultor deverá avaliar, identificar e mapear os diferentes mesoclimas existentes na sua propriedade, o que permitirá a ele o arranjo das diferentes variedades de videiras que melhor se adaptarão a cada situação.
Devemos atentar sempre em buscar o equilibrio da videira com o ambiente e para isto conhecer o potencial do solo da área tornasse imprescindível. A interação do solo e o suprimento de água determina o potencial do lugar. Um potencial do solo pode ser alto, médio ou baixo. De uma maneira geral podemos classificá-lo em função da profundidade do solo que as raízes da videira podem explorar, sendo potencial alto profundidade maior que 1,0m; médio entre 1,0 a 0,5m e baixo menor que 0,5m de profundidade.
Locais de alto potencial podemos antecipar que o vinhedo terá alto vigor. Neste caso deve-se pensar em variedades que mesmo com elevada produtividade conseguem manter uma qualidade satisfatória, optar por um sistema de condução mais elaborado para acomodar o vigor, espaçamentos mais amplos entre plantas e linhas, deixar maior carga de gemas por planta na ocasião da poda seca a fim de comprometer o vigor.
Os locais da propriedade de alto potencial na Serra Gaúcha geralmente são áreas planas e se situam nas bases das encostas onde o teor de matéria orgânica é elevado, a disponibilidade de água é maior, recebem menos radiação solar e ocorre menor circulação de ar. Nesta situação recomenda-se cultivar variedades de videiras mais rústicas como as Vitis labruscas e sistemas de condução horizontal como o latada.
Nas encostas das propriedades o potencial do solo geralmente é menor e estes locais drenam mais rapidamente, tem maior circulação de ar, menor teor de matéria orgânica, pouco profundos, e que na conjugação destes fatores transmitem menor vigor ao vinhedo. Nesta situação o espaçamento entre plantas e linhas pode ser menor e o sistema de condução menos complexo. Devemos priorizar estas áreas para o cultivo de Vitis viníferas, na qual as condições favorecem para que a videira expresse ao máximo seu potencial enológico.
Identificados os diferentes mesoclimas da propriedade o viticultor será dicisivo na formação do microclima da videira. Todas as suas decisões agronômicas irão afetar diretamente ou indiretamente o sucesso de seu investimento. A escolha do sistema de condução deve fazer parte deste processo amenizando os efeitos negativos do macroclima da região e mesoclima do vinhedo para compor o microclima da videira.
Afirmar que o sistema de condução A ou B é responsável pela qualidade final da uva e do vinho na Serra Gaúcha não é verdadeiro. O somatório de fatores já mencionados e a interação entre eles com a intervenção do homem irá determinar a qualidade final.
É inegável que a introdução de tecnologias prontas de outros países em primeiro momento acelera o crescimento, contudo, devemos nos livrar de preconceitos e olhar mais para o nosso umbigo e acreditar que o brasileiro é criativo, temos nossas características e podemos adaptar e criar produtos e tecnologias iguais ou superiores as existentes em outras regiões vitivinícolas do mundo.
Irineo Dall’Agnol
Lic. Ciências Agrárias
Enólogo e Vitivinicultor
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:04:26Sistema de condução devideiras na Serra Gaúcha vertical ou horizontal?
Anotem estes nomes: Estrelas do Brasil, Irineo Dall Agnol, Alejandro Cardozo. Eles conseguiram engarrafar a paisagem, roubando a linda frase do meu talentoso amigo Luiz Horta.
Ele está montando em sua propriedade o que acredito deveria ser um projeto estadual, um projeto eno-turístico. Terá uma pousada, ou hotel (depende de grana) e um vinho espetacular.
Irineo é da Embrapa e conseguiu a duras penas comprar esse pedaço de paraíso onde começa a construir um sonho eno-turístico. Tem diversas uvas e vende 80% para terceiros.
Com os 20% que mais gosta faz estes experimentos junto com Alejandro, que é um enólogo uruguaio que está mudando a imagem da Piagentini, que para nós sempre foi de vinhos simplérrimos. Experimente dele a linha DECIMA (Piagentini), principalmente um espumante rosé que é maravilhoso e depois me conte.
A Estrelas do Brasil é o exemplo do que gostaria que a ABE prestigiasse quando sugeri que separassem apenas uma das 16 amostras da Avaliação Anual para pequenos produtores.
As pessoas precisam conhecer as possibilidades que sempre aparecem nesses produtores e não nas vinícolas, que têm uma espada na cabeça do enólogo chamada “mercado”.
Eu confesso que não esperava ter a emoção que o Irineo me proporcionou na tarde do dia 27 de outubro de 2011, quando ao pôr-do-sol e na agradável companhia dele e de Luciana Zanetti, fiquei emocionado com a diversidade e qualidade de aromas de um espumante 2006 de Chardonnay, Viognier e Riesling Itálico, que segundo Irineo é na verdade “Pignolo” que ficou “sur lies” por 12 meses e depois evoluiu na garrafa.
Ele ficou encorpado, dourado, cremoso e fresco, que misturava pêssegos maduros, nozes, manteiga fresca, mel, amêndoas, flores murchas, cravo, calda de doce de abóbora, casca de maçã seca e lá no fundo do retro-gosto, um incrível e delicado marzipan líquido borbulhante…
Ao fundo uma visão paradisíaca da “Sera”… que escondia, dos pouco sensíveis, um “Nula in Mondo Pax Sincera”. Essa data ficará para sempre na minha memória.
Me lembro do Álvaro Cesar Galvão me falando da grande qualidade desse espumante que estava na vitrine de uma loja de vinhos do aeroporto em POA anos atrás. Fiquei de experimentar um dia. Esqueci.
Agora, quando soube pelo meu blog que eu estaria na Serra, meu amigo Eugênio me escreveu dizendo para não perder em hipótese alguma a visita ao Irineo. Fez mais, escreveu no meu blog, escreveu no meu e-mail três vezes e escreveu para o Irineo que conseguiu com a gentileza da ABE, encaixar o encontro. Eugênio tinha toda razão.
Eram 16hs., o tempo corria, Irineo me pegou num entroncamento da estrada, já acompanhado de Luciana Zanetti que lhe visitava também e que me deixou feliz em saber que era leitora de meu blog. Eu deveria estar no Hotel às 19hs., para tomar banho e me arrumar para a grande festa da noite.
Chegamos naquele pedaço de céu e fomos recebidos pelo Negro, um simpático cão que logo me reconheceu, quase latimos juntos. Fomos então percorrer à pé os vinhedos. É que mais gosto, quando a companhia me acrescenta. Veja o vídeo, poucos produtores fazem isso hoje e poucos falam o que ele me falou.
Voltamos, bebemos água fresca, provamos dois Prosecco de diferentes leveduras. Era muito vinho e pouco tempo lamentavelmente.
Perguntei ao Irineo (ele é da Embrapa), se os produtores brasileiros iriam trocar o nome dos Prosecco para “Glera” depois da DOC de Prosecco e ele me disse: “Mas Didú, os italianos nos venderam uma uva chamada Prosecco e não Glera”… hahahahaa está certo não? Que confusão isso.
Então fomos para o jardim e ele me serviu sua maravilha em uma taça gigante por recomendação do Eugênio. Adorei. Perdemos a hora pois repetimos diversas vezes, tivemos uma conversa beatnik, flutuamos no Vale completamente integrados naquele astral e quando voltamos da paisagem para nossas cadeiras já eram seis e meia! Madona mia di Sapri!!…
Irineu então foi nos serviu outra preciosidade que estava decantando há 30 horas! Ele me conseguiu uma taça ainda maior, uma Riedel Grand Cru. Taça para Barões e Condes, mas que melhora qualquer vinho. Viva o Georg Riedel!!
O vinho é feito apenas de Cabernet Sauvignon de 2005, que depois de maduro permaneceu mais quinze dias se passificando no próprio vinhedo. Ele dá um torniquete nos galhos dos cachos o que impede a passagem da seiva para as uvas e ele passifica. É o mesmo sistema do Pablo Falabrino do Viñedo de Los Vinentos em seu estupendo Ripasso de Tannat. Quem não tem grana para ter um galpão com ventilação para passificar faz assim e reza para não chover. Deu certo. Aliás deu MUITO certo.
Seu nariz sugeria um “Amarone Brasiliano” misturava um chocolate amargo, uma ameixa preta em calda e um cravo, com o terroso e a casaca de mixirica, típicos “secondo me” de um vinho bom brasileiro, que não se encheu de maquiagem para ir à festa fingindo ser o que não é.
O vinho é de 2005 e não passou por madeira. Fiquei boquiaberto. Como podeia ter aquele tabaco sem madeira?… E o tostado? Como?! Que show. Voltei a flutuar como um monge sentado em flor de lótus em meio a paisagem…
Voltei e me deparei com a angustia do tempo. Por que a festa da ABE não foi programada para as 23hs.?…
Olhamos o relógio e eram quinze para as sete. Irineo não se conteve e foi abrir uma outra garrafa do mesmo vinho, para compararmos um decantado de 30 horas, com um não decantado. Aí complicou, pois não dava para perder aquela experiência, o tempo ia passando e a gente viajando naqueles aromas comparativos, o que tinha num e o que tinha no outro, o álcool do recém aberto e o álcool do decantado, o sabor fechado do novo com a diversidade do decantado. Quando olho o relógio eram sete e dez. Saímos correndo para o Hotel na caminhonete do Irineo pois nos demos conta de que ainda não aprendemos o tele-transporte.
Que alegria reconhecer o Irineo nesta vida, com aquela paixão sem a qual não se faz bom vinho, “seconco me” claro… Grazie e Bacio Amico!!!
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:16:42Engarrafando a paisagem por Didu Russo
Estimados amigos, como já é nossa tradição em todo o início do mês, trago aqui no blog meu vinho escolhido para a CBE – a Confraria Brasileira de Enoblogs, possivelmente a primeira e única confraria virtual de vinhos do Brasil. Este mês, excepcionalmente, o tema não foi escolhido por um único confrade; na verdade, fizemos um consenso que brindaríamos (entendam, enfrentaríamos) a chegada do calor – que é extenuante, em algumas regiões – com uma bela garrafa de Espumante. Com certeza, posso lhes garantir, ninguém reclamou da escolha, afinal um espumante é sempre hiper-ultra-mega bem-vindo, não acham?
Eu confesso que este ano publiquei poucos espumantes aqui no blog e possivelmente estou abaixo da média dos anos anteriores. Mas hei de recuperar os números até o final do ano, creio – basta o calor da primavera dar as caras aqui no sul que os espumantes vêm junto na carona (risos).
Pois então, meu escolhido para a edição da CBE deste mês foi este belo Nature Rosé, elaborado pela Estrelas do Brasil – competente empreendimento da dupla de enólogos Irineo Dall’Agnol e Alejandro Cardozo, focado especialmente na elaboração de espumantes em Faria Lemos. Este rótulo é talvez um dos mais bem sucedidos da vinícola: um assemblage Nature (zero ou quase-zero açúcar) elaborado com as castas Pinot Noir, Chardonnay, Viogner e Rieslig Itálico ISV-1 (este último, por sinal, já deu as caras aqui no blog, com ótimos comentários). O espumante permaneceu 60 meses em contato com as leveduras. Mas vamos ao líquido:
Bela cor vermelha alaranjada, em tom de casca de cebola. Perlage fino e abundante, formando uma tênue coroa de espuma. Aromas complexos, com notas de frutas secas e amendoadas, com presença leve e equilibrada dos aromas da fermentação, tudo em bom equilíbrio. Em boca tem bom volume, com notas evoluídas e leve acidez. Muita cremosidade, enchendo o paladar. Agradável de se beber e com um final marcante, isento de amargor ou outros defeitos. Gastronômico e versátil, pede comida.
É mais um ótimo produto desta vinícola que se tornou um verdadeiro sucesso na elaboração de espumantes e virou uma referência de qualidade. Muito boa a experiência, repetiria sem dúvida. Recomendo.
Quanto custa? Está a venda no site da vinícola por 80 reais. Seguramente, tem custo-benefício muito superior a diversos champagne que custam o dobro ou triplo desta cifra. Vale a pena provar.
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:04:26Espumante Estrelas do Brasil Nature Rosé para a #cbe
Minhas eternas busca por novidades e esperança nos “vinhos-butiques” (ou “vinhos de autor” como alguns preferem) brasileiros me fizeram chegar até o site da Estrelas do Brasil, jovem vinícola localizada na Serra Gaúcha, em Bento Gonçalves – RS. O projeto é uma parceria dos amigos Irineo Dall’Agnol – enólogo da EMBRAPA – e Alejandro Cardozo – da Piagentini – que, segundo o próprio site, tem objetivo principal de elaborar vinhos espumantes de qualidade.
Neste artigo não tratarei dos espumantes (infelizmente ainda não os provei!), mas sim de um vinho interessantíssimo que comprei pelo próprio site da empresa: o Dall’Agnol DMD 2005 (R$ 35,00).
Antes de apresentar minhas impressões sobre o vinho eu gostaria de compartilhar uma informação sobre a produção que considero muito interessante. A vinícola possui 9 hectares de vinhedos plantados do distrito de Faria Lemos, em que 90% estão erguidos no sistema de latada, e 12 hectares plantados em Nova Prata (também na Serra gaúcha) em que 50% estão erguidos no mesmo sistema. Note que grande parte das videiras não está no sistema espaldeira, adotando um “estilo” na contramão de tudo que tem sido discutido nos últimos anos na vitivinicultura brasileira (e mundial)! Achei este dado bem interessante, mostrando, ao mer ver, uma compreensão diferente dos enólogos pelo solo brasileiro, pela natureza e porque não dizer pelo nosso terroir.
Sobre o protagonista do artigo, o Dall’Agnol DMD 2005, produzido com 100% Cabernet Sauvignon, também tenho informações interessantes. O termo DMD se refere a Dupla Maturação Direcionada, isto é, há uma segunda maturação das uvas realizada no próprio vinhedo (é isso mesmo!). Os enólogos optaram por interromper a alimentação dos cachos (através de corte dos galhos ou torniquete) na própria parreira e os mantiveram assim por mais quinze dias antes de colhê-los. É o jeito brasileiro de produzir um “Amarone”. Outra informação interessante diz respeito à própria degustação do vinho. Ao receber a confirmação da compra via telefone, a vinícola me sugeriu que decantasse o vinho por 10 horas antes de prová-lo, informação que também encontra-se no contra-rótulo. Atendimento personalizado. Show.
Ótimo, chega de histórias interessantes e vamos ao vinho!
Será que eu segui a orientação da vinícola e consegui manter o vinho decantando por 10 horas antes de prová-lo? É claro que não! Coloquei o vinho no decantador assim que chegou, mas não resisti e provei uma taça de cara!
Visual vermelho rubi intenso. Límpido e brilhante. No nariz, mostrou balsâmico, terra molhada, notas de couro e algo como casca de laranja seca, um aroma frutado cítrico e seco ao mesmo tempo, típico dos bons vinhos da Serra Gaúcha. Após algum tempo (fui provando o vinho de tempos em tempos) o balsâmico foi sendo substituído por um frutado maduro e de frutas secas. Ameixa e figo seco são bem evidentes. Um pouco de especiarias aparece também. Paladar com acidez um pouco elevada no início, mas bem amaciado depois de algum tempo de decantação, finalizando com bom equilíbrio entre a doçura e a acidez. Boa estrutura, taninos presentes e bem afinados. Boa persistência.
Como não tinha ideia alguma sobre o vinho optei por não tentar nenhuma harmonização, mas creio ser um vinho com bom potencial gastronômico, especialmente para massas de paladar leve, risotos e pizzas sem muitos ingredientes.
Recomendado, especialmente levando-se em conta o preço de R$ 35,00.
R$ 35,00 (site da própria vinícola) | Alcool 13,5%
Foi um dia incrível. Conhecer a Estrelas do Brasil é um programa imperdível para quem gosta da vida e de vinhos diferenciados. Irineo Dall´Agnol, enólogo e proprietário, antes de me apanhar, perguntou se não queria levar mais três pessoas comigo. Como uma das coisas boas do vinho é compartilhar, convidei Orestes de Andrade (Ibravin/Ponto Doc Comunicações), Affonso Nunes (Vinho sem Frescura) e Deise Novacoski (oGlobo/Eça) que aceitaram de prontidão.
Ao chegar ao local o que impera é a paz e o silêncio. Percorremos a propriedade conhecendo parte dos vinhedos e dos projetos de transformar o lugar em centro turístico. Depois retornamos a casa para degustar os vinhos, o que foi feito ao ar livre em um dia ensolarado, de frente para aquele vale inesquecível. Sentados em cadeiras artesanais, debaixo de sombra, e de frente para aquela imensidão, Irineo começou a degustação servindo o brut prosecco charmat de única fermentação e o brut riesling itálico ISV1 que são bastante corretos e de perfil mais comercial. Toda vinícola tem que ter produtos de giro e os dele não deixam nada a desejar aos encontrados no mercado.
Mas eu estava ali para tomar os diferenciados e então começou a sequência dos faixas-pretas.
Estrelas do Brasil brut Rosé Pinot-Noir 2009– Feito pelo método champenoise com leveduras encapsuladas, 100% pinot noir, tem uma cor rosa delicada como pouco se vê em espumantes brasileiros, tendendo para o salmão e de uma complexidade no nariz que remete a leveduras, pão, frutas secas…
Estrelas do Brasil Brut Champenoise 2006– Também feito com leveduras imobilizadas e eliminando a reumuagem. Composto das castas chardonnay, viognier e riesling itálico ISV1 provenientes dos vinhedos de Bento Gonçalves e Nova Prata. Eu fui lá para tomar esse vinho, que havia conhecido no mês anterior. Espumante maturado, de cor de ouro velho, com untuosidade magnífica, aromas de mel, amêndoa, cravo, um pouco de Jerez, bastante leveduras, pão torrado, é disparado o melhor espumante brasileiro para o meu gosto. Como disse o próprio Irineo, e concordo plenamente, ele fica melhor ainda quando o gás se esvai (chega a ser um contra-senso, fazer duas fermentações para adicionar gás e depois esperar ele sair par tomar, mas ele tem toda razão) e diria que se tomado em copo de vinho tranqüilo em vez de flute, se torna imbatível, e foi assim que foi degustado. Tomamos duas garrafas desse vinho, todos ficaram maravilhados e ligações telefônicas para os amigos começaram a ser feitas na tentativa de dividir aquela emoção com pessoas que tínhamos certeza que apreciariam estar ali.
Apesar de já estarmos satisfeitos com o que havíamos provado, Irineo ainda tinha algumas surpresas, e apresentou seus dois vinhos tintos. Primeiro ele abriu o Dall´Agnol DMD 2005 (que na verdade já estava em decanter quando chegamos) e segundo seu criador, necessita de 10 horas para se mostrar e esse tempo ainda não havia ocorrido. Discordando do autor, a Deise achou que o vinho estava perfeito e que não havia razão para melhorar. Aromas de azeitona e chá preto dominavam esse vinho bastante peculiar. Em seguida foi aberto o Dall´AgnolSuperiore 05, feito de c.sauvignon, merlot, c.franc e tannat, também bastante distinto com cor bem escura não aparentando evolução; no nariz muita fruta seca.
O post já está enorme, mas não poderia deixar de agradecer ao Álvaro CézarGalvão, que no mês passado quando estivemos juntos em Bento Gonçalves, visitou a Estrelas do Brasil e ao chegar ao hotel com duas garrafas de espumante, generosamente as abriu com os jornalistas e assim pude conhecer esse emocionante vinho Brasileiro e querer visitá-los.
Agradeço também ao Irineo, que gentilmente nos buscou para nos mostrar seu santuário e em mais um gesto de generosidade quis nos presentear com seus vinhos, que prontamente recusamos, e fizemos questão de comprá-los, prestigiando o produtor. E por último aos amigos Deise, Orestes e Affonso que dividiram comigo essa tarde inesquecível.
https://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.png00mdstudiohttps://www.estrelasdobrasil.com.br/wp-content/uploads/2016/08/novo_estrelas_02-1-300x155.pngmdstudio2016-09-22 21:04:262016-09-22 21:04:26Um dos melhores espumantes do país
Há tempos eu sonhava em conhecer o berço desses espumantes tão especiais.
A oportunidade surgiu na última semana, quando estive no RS e finalmente pude constatar o que na taça já era claro: Estrelas do Brasil produz os maiores espumantes nacionais.
Chegando ao Monte Vino (município de Faria Lemos), fui recebida pelo enólogo e sócio da Estrelas Irineo Dall’Agnol, que me apresentou a propriedade e deu uma verdadeira aula sobre o terroir, a produção de uva na região e me contou sobre seus projetos de ampliação e sustentabilidade.
Extremamente apaixonado pelo local, Irineo contou que a parceria com o também enólogo Alejandro Cardozo nasceu do desejo de produzir espumantes de extrema qualidade, inovadores e que representassem todas as possibilidades da região. Sem dúvida a maior das inovações dos espumantes Estrelas do Brasil é a utilização de leveduras encapsuladas, as quais deixam os aromas mais maduros e ainda potencializam o envelhecimento com qualidade, preservando sabores e perlage.
O papo durou a tarde toda e apenas um post seria pouco para contar tudo que aprendi por lá.
A verdade é que os espumantes são feitos com extremo carinho e respeito, o que os torna ainda mais especiais.
Provei vários rótulos, mas meus favoritos são o Brut Champenoise 2006 e o Nature Rosé 2007.
Todos os espumantes Estrelas do Brasil bem como os vinhos Dall’Agnol (o fumê blanc é apaixonante) estão a venda diretamente no site da vinícola: www.estrelasdobrasil.com.br. As vendas são coordenadas pelo próprio Irineo, com quem também se pode combinar uma visita.
E para coroar um dia mais que especial, no jantar tive o privilégio de degustar o primeiro Estrelas produzido, safra 2005, absolutamente preservado, em companhia do enólogo Alejandro.
Estrelas do Brasil, sem dúvidas, mostra o que de melhor se pode produzir no país e merece ser degustado.